segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A segunda prancha, minha mãe e eu.

O que minha mãe tem a ver com minha segunda prancha? Vou contar a história que aconteceu lá pelos idos de 1989 em Navegantes/SC. Levei a minha primeira prancha pro concerto (se é que ainda tinha concerto) e minha mãe foi junto. O dono da oficina era um cara chamado Jairo, galego cabeludo parafinado e cheio das girias. Enfim, a imagem do surfista na época.
Do outro lado, minha mãe, que nunca tinha feito nenhum tipo de contato com aquele tipo de ser. E eu, intermediando a comunicação entre estes dois universos tão distintos. Não foi difícil dele me convencer a trocar minha prancha velha por uma "um pouco mais nova". Pelo menos ela tava toda reformada. Já pra convencer a minha véia, foi dureza. Ela reclamou, achou defeito, pediu desconto, enfim, tocou o terror. O nosso amigo chegou até a nos mostrar todo o processo de confecção de uma prancha, portanto, eu e minha mãe aprendemos isso juntos. Depois de muita conversa, choradeira de todos os lados, fechamos negócio e eu saí de lá mais contente do que pinto no lixo.
Passou-se uns 2 anos e voltei naquele mesmo lugar pra levar a prancha pra fazer um reparo. O Jairo não lembrou de mim, mas quando viu a prancha lembrou do episódio e da figura da minha mãe. "Tua mãe é mó figura, brother... gente fina". E sempre que encontrava o cara ele mandava um abraço pra Dona Alicia.
Bom, aquela prancha foi roubada, o Jairo sumiu do mapa e minha mãe continua a mesma figuraça de sempre e pra ela mando um beijão.